Terreiro de Xangô

Mãe de Santo: Haidê Gino da Silva

História:

Meu pai Cosme da Silva e minha mãe Idalina nasceram no Vale do Pati, mas eu sou de Andaraí, mesmo. Minha mãe infelizmente morreu, e eu não pude conhecer tanto da história dela e dos meus avós. Ela já veio de barriga do Pati para cá, acabou de criar os filhos e partiu. Fiquei só com meus irmãos e meu pai – foi ele quem me criou. Fui crescendo, casei e estou aqui.

Eu tinha oito anos de idade quando meu pai me levou para o Jarê pela primeira vez. Ele já foi curador de mesa e me levava para conhecer as casas todas da nossa região, para um dia eu dar seguimento à missão dele. Os curadores das casas falavam: “ô, seu Cosme, zela por essa menina, que ela vai trazer coisas muito boas”.

Há uns 28 anos, eu tive uma menininha, minha terceira filha. Ela adoeceu e foi considerada morta. Aí eu falei: “ô, seu Cosme, se você sarar a minha filha, eu faço caruru para o resto da minha vida”. Ela viveu – inclusive é casada, tem filhos e está com barrigão para ter neném de novo. E  eu estou nessa até hoje.

Quando é preciso eu jogo os búzios. Se tem alguma obrigação ou festa a gente toca o sino para chamar os orixás e usa os guias para proteção – Xangô, Santa Bárbara, São Cosme e São Damião. De uma hora para outra eu gosto de fazer um Jarê, não é direto. Mas o caruru de Cosme todo ano não pode faltar.

Lembro de uma música que é assim:

“Cosme e Damião cadê Doun

Doun tá na cozinha fazendo seu caruru

Cosme e Damião, cadê Doun

Doun tá na cozinha fazendo seu caruru”

Aí o couro come no Jarê.

Data e nomes das Festas: 

07 de setembro Cosme e Damião